O Espetacular Homem-Aranha marca o início de uma nova era para um dos super-herois mais icônicos da Marvel. Com Andrew Garfield assumindo o papel de Peter Parker, o filme busca redefinir o personagem para uma nova geração, mas a execução deixa a desejar. Embora o filme apresente alguns momentos interessantes e boas performances, ele peca por sua falta de originalidade e roteiro previsível, tornando-se apenas uma repetição desnecessária de uma história que já conhecemos bem.
A trama segue Peter Parker (Andrew Garfield), um jovem tímido e estudioso que acaba de começar um namoro com Gwen Stacy (Emma Stone). Após encontrar uma maleta misteriosa que pertencia ao seu pai, Peter busca respostas no laboratório do Dr. Curt Connors (Rhys Ifans) na Oscorp. O que ele não esperava era entrar em rota de colisão com o alter-ego perigoso de Connors, o vilão Lagarto.
A mudança de Tobey Maguire para Andrew Garfield como o protagonista não é um problema em si. Garfield traz uma nova energia ao papel e é convincente como Peter Parker, apesar de ser claramente mais velho do que um típico estudante do ensino médio. Sua química com Emma Stone, que interpreta Gwen Stacy, é palpável, mas não supera a dinâmica entre Maguire e Kirsten Dunst nos filmes anteriores. Martin Sheen e Sally Field assumem os papeis de Tio Ben e Tia May, respectivamente, com Sheen entregando uma performance sólida, enquanto Field parece fora de lugar.
A primeira metade do filme é praticamente uma repetição ponto a ponto do Homem-Aranha de 2002. Desde a picada da aranha até a morte do Tio Ben, os eventos acontecem de maneira familiar, sem trazer nenhuma inovação significativa. Esse recontar da origem do personagem poderia ter sido uma oportunidade para explorar novos ângulos, mas acaba por ser uma abordagem preguiçosa e desnecessária.
A segunda metade do filme apresenta o Lagarto como o vilão principal. Embora Rhys Ifans faça o possível para dar profundidade ao personagem, a execução é mediana. As batalhas entre o Homem-Aranha e o Lagarto são bem coreografadas, mas falta originalidade. Comparado aos vilões anteriores como o Duende Verde e o Doutor Octopus, o Lagarto não consegue se destacar.
Um dos pontos fortes de O Espetacular Homem-Aranha é a direção de Marc Webb, que mostra habilidade na condução das cenas de ação e nos momentos mais íntimos entre os personagens. No entanto, seu uso do 3D é decepcionante, com muitas cenas parecendo praticamente em 2D. A trilha sonora de James Horner, apesar de bombástica, inclui momentos de auto-sabotagem que distraem o espectador e tiram a imersão.
O filme falha ao não abordar os avanços significativos no gênero de super-herois ocorridos desde o lançamento dos filmes originais. A trilogia Batman de Christopher Nolan e Os Vingadores elevaram o nível das expectativas do público, tornando evidente que O Espetacular Homem-Aranha não consegue acompanhar essas mudanças. A repetição da história de origem e a falta de inovação tornam o filme menos interessante e relevante.
O Espetacular Homem-Aranha representa uma oportunidade perdida de fazer algo novo com um personagem querido. Em vez disso, recebemos um reboot desnecessário e pouco imaginativo que não acrescenta nada de significativo ao legado do Homem-Aranha. Agora, resta esperar que a sequência consiga reviver o personagem e trazer a inovação e a criatividade que este reboot falhou em entregar.