Thor: Amor e Trovão marca a quarta aventura solo de Thor (Chris Hemsworth) no Universo Cinematográfico Marvel (UCM), sendo uma sequência direta de Thor: Ragnarok. Após os eventos de Vingadores: Ultimato, Thor busca um novo propósito de vida, mas sua aposentadoria é interrompida pela ameaça de Gorr (Christian Bale), o Carniceiro de Deus, que tem como objetivo exterminar todos os deuses. Para enfrentar essa nova ameaça, Thor conta com a ajuda da Rainha Valquíria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e sua ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman), que misteriosamente consegue empunhar Mjölnir, o martelo mágico de Thor.
Taika Waititi, que também dirigiu Thor: Ragnarok, retorna para Thor: Amor e Trovão com uma abordagem ainda mais cômica e irreverente. Waititi explora com maestria o humor dentro do universo de super-heróis, criando uma atmosfera leve e divertida que contrasta com a seriedade dos momentos dramáticos. Embora o filme não atinja o nível de paródia de Deadpool, ele se distancia consideravelmente do tom mais sério de outras produções da Marvel, oferecendo uma experiência mais descompromissada e cheia de ação.
O filme inicia com uma introdução a Gorr, um personagem trágico cuja jornada de vingança contra os deuses é desencadeada pela morte de sua filha e a indiferença das divindades. Christian Bale entrega uma performance intensa e cativante, tornando Gorr um dos vilões mais complexos do UCM. A motivação de Gorr é explorada de maneira que o público possa compreender sua dor, mesmo que suas ações sejam extremas.
Jane Foster, agora empunhando Mjölnir e transformada na Poderosa Thor, traz uma nova dinâmica à trama. Natalie Portman, que retorna ao UCM após quase uma década, oferece uma atuação poderosa e emotiva. A luta de Jane contra o câncer adiciona uma camada de profundidade ao filme, equilibrando os momentos de comédia com uma narrativa mais sombria e séria. A relação entre Thor e Jane é reavivada com uma química renovada, proporcionando tanto humor quanto emoção ao longo da história.
O filme não se limita apenas à ação e comédia. Ele também explora temas de redenção, sacrifício e o significado de ser um heroi. A jornada de Thor em busca de propósito é bem desenvolvida, mostrando sua evolução como personagem desde sua primeira aparição no UCM. A parceria com os Guardiões da Galáxia nos primeiros 20 minutos do filme adiciona um toque extra de diversão e aventura, mesmo que seja um segmento breve.
Visualmente, Thor: Amor e Trovão é um espetáculo. As cenas de ação são grandiosas e os efeitos especiais são usados com criatividade, embora, em alguns momentos, a computação gráfica possa parecer excessiva. A estética do filme é fortemente influenciada pela música dos anos 1980, especialmente com faixas do Guns N’ Roses, que complementam perfeitamente a atmosfera irreverente e energética da trama.
Russell Crowe faz uma participação memorável como Zeus, trazendo um toque de extravagância e humor ao papel. A interação entre Zeus e Thor é uma das cenas mais divertidas do filme, destacando a habilidade de Waititi em mesclar ação com momentos cômicos. A inclusão de momentos inesperados, como uma cena de nudez sutil, demonstra a disposição do filme em quebrar as convenções típicas do UCM.
Embora Thor: Amor e Trovão possa não avançar significativamente a narrativa geral do universo em que se insere, ele oferece uma experiência de entretenimento pura e divertida. A combinação de humor, ação e emoção faz dele um filme que agrada tanto aos fãs da Marvel quanto ao público em geral. Taika Waititi conseguiu criar um filme que é ao mesmo tempo uma homenagem aos quadrinhos e uma celebração das absurdidades do universo dos super-herois.
Em resumo, Thor: Amor e Trovão é uma adição refrescante e agradável ao Universo Marvel. Ele não se leva muito a sério, o que permite que os espectadores aproveitem uma aventura cósmica sem as complicações e a gravidade das tramas anteriores. Com performances fortes, um roteiro divertido e uma direção inspirada, o filme se destaca como uma das entradas mais divertidas e despretensiosas do estúdio.