Howard, o Super-Heroi é um filme que, mesmo décadas após seu lançamento, continua a ser lembrado como um dos maiores fiascos do cinema. Baseado na série de quadrinhos de Steve Gerber e Gene Colan, o filme, produzido por George Lucas, prometia trazer o absurdo dos quadrinhos para a telona. Infelizmente, o resultado foi uma produção que falha em quase todos os aspectos.
O filme começa com uma introdução mal desenvolvida do planeta natal de Howard, o Duckworld. Este mundo é essencialmente uma versão da Terra habitada por patos antropomórficos. Howard (interpretado por Ed Gale e dublado por Chip Zien) é um pato comum até que é tragado por um raio laser experimental e transportado para a Terra, especificamente para Cleveland. Lá, ele encontra Beverly Switzler (Lea Thompson), uma musicista que se torna sua amiga e interesse amoroso.
A premissa poderia ser divertida e inovadora, mas o filme se perde rapidamente. A tentativa de criar um enredo de ação e comédia resulta em um desastre. A comédia é infantil e muitas vezes de mau gosto, enquanto as cenas de ação são mal coreografadas e sem emoção. O roteiro, escrito por Willard Huyck e Gloria Katz, parece ter sido montado por pessoas sem conhecimento ou respeito pelos quadrinhos originais.
Um dos maiores problemas de Howard, o Super-Heroi é o próprio Howard. O traje do personagem é ridículo e os efeitos especiais são primitivos, mesmo para os padrões da época. A dublagem de Chip Zien não traz a mordacidade necessária para o personagem, e a química entre Howard e Beverly é inexistente. A tentativa de criar um romance entre os dois resulta em cenas desconfortáveis e mal recebidas pelo público, especialmente considerando a classificação indicativa do filme.
A trama envolve a tentativa de Howard de voltar para seu planeta natal, enquanto um vilão chamado Dark Overlord (interpretado por Jeffrey Jones) ameaça a Terra. A transição de Walter Jenning para o Dark Overlord é bizarra e mal executada, com efeitos especiais que só contribuem para a sensação de amadorismo do filme.
George Lucas inicialmente queria que Howard, o Super-Heroi fosse um filme animado, o que poderia ter sido uma escolha mais sensata. No entanto, a pressão do estúdio para lançar rapidamente o filme resultou na decisão de fazê-lo em live-action, uma escolha que se provou desastrosa. Os efeitos visuais, que deveriam ser um ponto forte considerando o envolvimento de Lucas, são decepcionantes e baratos.
O elenco humano não consegue salvar o filme. Lea Thompson faz o possível com o material que tem, mas é limitada por um roteiro fraco. Jeffrey Jones exagera em sua atuação, tornando seu vilão mais cômico do que ameaçador. Tim Robbins, em um de seus primeiros papeis, entrega uma performance inesquecível.
Ao longo dos anos, Howard, o Super-Heroi ganhou um status cult, mas isso não deve ser confundido com qualidade. Filmes ruins podem se tornar curiosidades divertidas com o tempo, mas isso não os torna bons. A produção continua a ser um exemplo de como não adaptar uma história em quadrinhos para o cinema.
A tentativa de Lucas e sua equipe de trazer Howard, o Super-Heroi para as telas foi um fracasso em todos os sentidos. Embora o personagem tenha sido eventualmente redimido em outras mídias, este filme permanece uma mancha na história das adaptações de quadrinhos. Howard, o Super-Heroi não era um bom filme em 1986 e continua a ser uma experiência cinematográfica dolorosa nos dias de hoje.