A sexta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. parecia não estar planejada. A equipe havia encerrado a série no final da quinta temporada e despedido do personagem central, Phil Coulson. No entanto, com a renovação para mais duas temporadas, fomos apresentados a um “Coulson do mal”, ignorando o UCM, e explorando mais o espaço. Mas será que essa abordagem funcionou?
A temporada começou bem, com o “não-Phil-Coulson” e sua equipe, aparentando vir de uma Terra alternativa, saltando de realidade em realidade. Foi uma ideia interessante e esses vilões iniciais foram bem construídos. Ao mesmo tempo, a S.H.I.E.L.D. se dividiu, com uma equipe na Terra e outra no espaço procurando por Fitz, cujo corpo estava desaparecido após um ataque a uma nave.
Apesar dos altos e baixos, Fitz-Simmons continuaram a ser um casal divertido, com um episódio inteiro dedicado a eles se ajustando após Fitz descobrir sobre a morte de sua versão alternativa. Eles tomam uma decisão difícil no final, mas a tratam com a leveza de quem já enfrentou muitas situações complicadas.
A amizade entre Fitz e Enoch, o “Chronicom” emocionalmente neutro, seguiu um guia de ficção científica bem conhecido, mas foi executado de forma divertida. Os Chronicoms foram estabelecidos como os grandes vilões para a próxima temporada, o que é um alívio, pois evitamos a repetição da Hydra pela centésima vez.
Deke, o neto de Fitz e Simmons de um futuro agora apagado, tornou-se um gênio tecnológico irritante, mas adequado ao personagem. Jeff Ward desempenhou o papel brilhantemente, ganhando a confiança dos personagens principais.
A revelação de que a grande ameaça era uma mulher de cabelo vermelho que controlava morcegos alienígenas e que o sósia de Coulson estava ligado aos monólitos foi decepcionante. A batalha final em um templo com cenário de baixa qualidade foi um anticlímax, embora a morte de May tenha sido emotiva, mesmo sendo revertida por tecnologia futurista.
A relação entre Mack e Yo-Yo começou a ficar desgastada, com muitos obstáculos desnecessários. Mack, entretanto, desempenhou bem seu papel como Diretor, embora a presença de um duplicado robótico de seu antigo chefe para a próxima temporada possa subverter sua autoridade.
Os episódios no planeta cassino Kitson, com cenários que lembravam programas dos anos 1990 e sequências de drogas alucinógenas, não foram engraçados e pareciam datados. Daisy, por sua vez, estagnou em termos de desenvolvimento de personagem, sendo apenas a “heroína durona” da vez.
Por fim, a decisão de ignorar o estalo de Thanos, crucial no UCM, foi frustrante. Os criadores da série mencionaram problemas de cronograma e spoilers, mas isso deixou a sexta temporada desconectada do universo maior.
A sexta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. foi apenas satisfatória. Cumpriu seu papel de entreter por 45 minutos semanais durante 13 semanas, mas não trouxe grandes avanços ou inovações. Apesar disso, o apego emocional ao elenco mantém o interesse para a temporada final, que se sente mais como um epílogo após o verdadeiro final da quinta temporada.