Capitão América: Admirável Mundo Novo chega com a missão de consolidar Sam Wilson como o novo Capitão América, explorando as complexidades políticas e pessoais que acompanham esse legado. O filme se posiciona como um thriller político no estilo de Capitão América: O Soldado Invernal, trazendo uma abordagem mais tensa e realista, mas sem alcançar o impacto do longa de 2014.
A trama coloca Sam (Anthony Mackie) no centro de uma crise internacional desencadeada pelo agora presidente dos Estados Unidos, Thaddeus Ross (Harrison Ford). A situação se torna ainda mais pessoal quando envolve Isaiah Bradley (Carl Lumbly), o super-soldado que sofreu anos de abusos e experimentos do governo. Essa conexão dá ao filme um peso emocional significativo, mas também reforça o dilema de Sam: como ser o Capitão América em um mundo que nem sempre reconhece seus heróis?
Mackie entrega uma performance envolvente, dando profundidade a um herói que precisa compensar a falta do soro do super-soldado com estratégia, habilidade e determinação. A vulnerabilidade de Sam, tanto física quanto política, é um dos pontos mais interessantes do filme. Ao contrário de Steve Rogers, que tinha força sobre-humana para enfrentar qualquer ameaça, Sam precisa confiar em sua inteligência e em sua capacidade de liderança para fazer a diferença.
A abordagem política do longa é um dos seus pontos fortes, trazendo uma discussão relevante sobre identidade, poder e responsabilidade. O roteiro não teme fazer paralelos com o mundo real, tornando a narrativa mais instigante e provocativa. A presença de Ross como presidente adiciona uma camada extra de tensão, já que ele não vê Sam como o Capitão América ideal. Essa dinâmica cria um conflito constante que sustenta boa parte do filme.
O retorno de Samuel Sterns (Tim Blake Nelson), agora assumindo o manto de O Líder, adiciona uma ameaça diferente do habitual, focada mais em manipulação e inteligência do que em força bruta. Sua presença ajuda a conectar Capitão América: Admirável Mundo Novo a eventos passados do Universo Marvel, ao mesmo tempo que estabelece um caminho promissor para o futuro.
Apesar de ter muitos acertos, o filme sofre com alguns problemas de ritmo. Algumas sequências se arrastam e há momentos em que a trama poderia ser mais dinâmica. Ainda assim, a escolha de focar mais no desenvolvimento dos personagens do que em grandes batalhas funciona a favor do longa, diferenciando-o de outros filmes recentes do estúdio.
No fim, Capitão América: Admirável Mundo Novo consegue estabelecer Sam Wilson como um Capitão América distinto e relevante. O filme equilibra ação, política e emoção de forma eficiente, mesmo que não seja perfeito. Para os fãs do lado mais tenso e realista da Marvel, essa nova fase do herói promete um caminho interessante a seguir.